por Serrana
A diferenciação entre grupos humanos pela côr da pele é tão antiga quanto a própria história da humanidade;
Aparece já nos livros sagrados e nos autores clássicos do mundo greco-latino...
Quando o mundo foi considerado tomista ou leibnitzianamente, como obra perfeita do criador, as raças eram resulatdo da ordem universal,produto da mesma vontade que criou o mundo,realidades naturais cuja transcendência histórica dependia do arbítrio divino, dados de valor constante;
Assim, o ponto de partida das doutrinas racistas surge no momento em que John Ray (1627-?)proclama as espécies humanas como resultado transitório das forças naturais em lugar de arquétipos criados por Deus; A raça transmudada fica sujeita ao arbítrio do devenir humano.
Todo o séc. XVII é lentamente penetrado por essa concepção e as raças passam a factores cujas variantes podem e devem ter acção decisiva na marcha da humanidade;
Com o romantismo alemão aparece,através de Thomas Schelling (1775-?) a primeira exposição doutrinária da questão através da ideia de mito.
Para Schelling é o mito que cria o povo.Não são os povos que criaram os mitos.Da sequência natural e da história é que os povos surgem. Desta maneira logra o mito um papel psicológico de diferênciação, enraízando-se nas particularidades de cada ser humano e actualizando-se nas caracteristicas próprias de cada um dos componentes do grupo.
Em todos os outros grandes nomes do ideialismo alemão não faltam referências à raça. Immanuel Kant (1724-1804) vê na união hereditária um dos factores constitutivos de um povo.No idealismo pós-kantiano Johann Fitche (1762 - 1814) distinguia os alemães de todos os outros povos de origem germânica com considerações em que última análise concluíam pela pureza de sangue do povo teutónico, referindo-se ao povo como suporte de uma eternidade terrena (Irdische Ewigkeit) que só na raça pode plasmar-se viva e permanentemente.
Arthur de Gobineau (1816-1882),considerado o primeiro teórico racista,obcecado, tal como F. Nietzsche (1844-1900), pelas preocupações da decadência, dedica-se a apreciar as catástrofes históricas e tanto Gobineau como Nietzsche pretendem construir uma filosofia da história baseada na análise dessas crises.
Para ambos a solução dos problemas encontra-se nas aptidões e no estado das raças: puras ou corruptas.
Umas são fortes e dão castas de "senhores", outras são fracas e predestinadas para a submissão. Todo o método histórico de Gobineau se reduz a comparar umas com as outras, colocando-se sempre no ponto de vista da raça forte a que pertencia.
"Depois de ter tomado conhecimento de que há raças fortes e raças fracas, dediquei-me a estudar de preferência as primeiras, a analisar as suas aptidões e, sobretudo, a establecer as suas árvores geneológicas.
Seguindo este método, acabei por concluir que tudo o que de grande, nobre e fecundo existe sobre a aterra, toas as criações humanas no campo da ciência,da arte, ou da civilização, são produtos da sequência de um pensamento contínuo, pertencem a uma única familia cujos diversos ramos reinaram em toas as comarcas cultas do universo".
As nações decaem quando degeneram biológicamente e não pela acção das circunstâncias externas; Nem quando o factor homem já não possui o valor intrínseco dos dias gloriosos, o que sucede quando já não corre nas veiras o sangue antigo, aniquilado por sucessivas alianças e que por tal motivo foi perdendo pouco a pouco o valor primitivo.
Em síntese: " Quando conservando embora o nome, já não possui a raça dos fundadores".
A sorte das conquistas, das vitórias ou das derrotas não é bastante para esgotar ou aniquilar a alma de um povo, esse resultado obtem-se pelas misturas das raças que gera decadência.
Para Gobineau existe uma diferença radical e permanente entre elas: há raças que nasceram para dominar - ariana; As outras foram criadas para a obdiência.
Três são as raças que no seu sistma considera: a negra, a amarela e a branca.
A raça negra está no mais baixo grau da escala,por estabelecer a ligação entre o homem e os irracionais.Nunca conseguirá atingir a altura intelectual.De inteligência medíocre, revela-se forte nos instintos animais.Tão semelhante aos animais, a raça negra não é mais que o jogo desenfreado dos instintos, abandonando-se inteiramente ao fatalismo.
A raça amarela é a antítese da raça negra.Com uma vontade mais obstinada que exaltada,os amarelos são débeis e dados aos prazeres materiais e passivos.Em tudo revelam tendência para a mediocridade. Desprovidos do dom criador limitam-se a viver o mais comodamente possível.Incapazes de dar a uma sociedade o espírito de acção.
A raça superior é a raça branca, constituida por homens de energia reflexiva que nunca se abandonam à sorte dos impulsos, conduzidos por vontade firme.Perseverança nos obstáculos,notável vigor físico,notável instinto da ordem e simultâneanmente pronunciando amor à liberdade.Elevados ideais.
A superioridade que forja a história é um som da raça branca.
Não se conseguindo uma separação perfeita, assim dos desvios sucessivos da raça branca,conseguiram os amarelos e negros as suas possibilidades vitais através de novos tipos rácicos,consequência de sucessivas misturas.
Estas alianças com raças inferiores, nas quais a raça branca vai perdendo pouco a pouco o somatório das virtudes que lhe são inatas,constituem o grande perigo contra o qual Gobineau põe em guarda todos os povos arianos.
Para Gobineau esta é a lição da história: "A história mostra-nos que todas as civilizações foram criadas pela raça branca, que nenhuma cultura pode existir sem o concurso dessa raça; finalmente que uma soviedade é gloriosa e própera na medida em que conserva durante o maior período de tempo possível o nobre grupo que a criou".
A obra de Gobineau é um grito de alarme contra a Babel de sangues que conduz fatalmente à impotência e à ruína das sociedades, privando-as do instinto histórico, da alma que gera os grandes feitos,e dos povos criadores da própria história - A RAÇA BRANCA.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
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De resto, que tais ideias eram perfeitamente aceitáveis, mesmo no âmbito do darwinismo emergente, fica bem patente na proliferação de sociedades eugénicas em finais do século XIX e princípio do século XX um pouco por toda a Europa e América. O aperfeiçoamento racial aparecia como algo natural, ao invés do que ocorre nos nossos dias, em que o "desaperfeiçoamento" é a regra.
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