domingo, 15 de agosto de 2010

A origem socialista do Nacional-Socialismo?

Acredito que é importante entender um pouco como foi a evolução que teve o Fascismo e o Nacional-Socialismo, para compreender qual foi a relação de nossa alternativa com respeito a isso que chamamos Socialismo.
Acima de tudo, há que entender que o fascismo como essência alternativa não nasce nos anos 30, mas muito antes. Na verdade, toda uma série de pensadores e revolucionários nascidos nos finais do século XIX são a base do fascismo em todos os países europeus. Em todos estes países nascem 3 correntes diferentes que têm grandes diferenças e que todas tiveram sua participação nisso que chamamos genericamente fascismo:
1 — Os sindicalismos e trabalhadores, movimento maioritário, e que se baseia acima de tudo numa rejeição absoluta ao capitalismo, à brutal exploração que sofriam nesses anos as massas trabalhadora e camponesa, sem Sistema Nacional de Saúde, sem ajudas económicas no desemprego, sem apoio estatal algum, sob a brutal bota de umas democracias burguesas, cruéis e bárbaras.
Podemos pôr Sorel como um dos exemplos deste movimento, claramente vinculado com o sindicalismo em geral, com relações com grupos anarquistas e inclusive bolcheviques. O que marcava a diferença com respeito ao marxismo era a radical oposição destes lutadores com as teorias de Marx sobre materialismo e cientificismo socialista. Eram gentes vitalistas, nietszchezianos, violentos se quisessem mas sempre espirituais, com um forte sentido ético e estético. Paretto dizia "Rejeitamos os discursos humanistas por serem vazios".
Mussolini foi claramente o líder deste movimento na área mediterrânea, nascido do sindicalismo e encharcado pelo pensamento de Sorel e Nietszche, foi o primeiro em unir o sentido Nacional ao sindicalismo trabalhista, criando os Fáscios. E a sua origem é sobretudo sindical, de luta trabalhista, e só depois Nacional.
Acredito que há um exemplo ainda mais claro, embora pouco conhecido, deste movimento, Jorge Eliecer Gaitan, colombiano, amigo de Mussolini, que nunca foi representante "fascista", mas que segue esta mesma linha: populismo, trabalhismo, confronto radical ao capital, greves. Gaitan é eleito deputado e lê a sua apelação "Nacionalismo e esquerda" onde estabelece as bases dessa união entre socialismo radical e valores nacionais. Gaitan morre assassinado sem chegar a ser fascista de nome, mas reflecte muito bem essa origem trabalhista e sindicalista nacional.
Na Alemanha este movimento está representado por Otto Strasser e Niekisch. Radicais e proletários, absolutamente activistas, viam na luta violenta e radical dos trabalhadores, unida ao orgulho nacional, a única força capaz de acabar com o Capital.
Como Sorel, Gaitan e inclusive Ramiro, sentiram simpatias pelas marchas iniciais dos bolcheviques, mas separaram-se ao ver o seu mundialismo e materialismo economista.
2 — Os Nacionalistas puros, basicamente anti-comunistas, que unem um "sentido social" ao seu patriotismo, muito influenciados pela religião e pelos militares. Opõe-se totalmente ao Capitalismo usurário, maçónico e propagador de ideias anti-tradicionais, além dos exploradores, querem uma ordem e organização da situação social, mas apoiam a propriedade "nacional", a monarquia em muitos casos, e os valores militares mais que os trabalhistas.
A maioria deles são, sobretudo, anti-comunistas, sentem um profundo nojo pelo comunismo. Estes grupos nascem mais tarde e por isso já viram um comunismo brutal e selvagem, e viram os massacres de sacerdotes, queimas de igrejas, e matanças de camponeses pelo comunismo na Rússia, na Ucrânia, etc... José António é um exemplo deste movimento, filho de um ditador mas ao mesmo tempo convertido à doutrina social da Igreja, e pouco a pouco atraído pelo fascismo italiano e seu sindicalismo, além de ser influenciado por trabalhistas como Ramiro e as JONS.
3 — O sentido Volk, algo absolutamente novo e difícil de relacionar, que nasce na Alemanha e só em Codreanu se pode encontrar algo similar. É pouco conhecido, fora de assimilar-se ao Nacional-Socialismo, mas talvez por isso é muito pouco conhecido em sua essência.
Hitler não parte de uma classe sindicalista, sempre se opôs ao sindicalismo. Hitler não se inspirou jamais em pensadores como Sorel, não, seu socialismo é POPULAR, baseia-se num amor sem limites às pessoas, ao povo, às famílias e aos conselhos ou assembleias tradicionais, sem distinção de classes. Nunca promulgou a violência de greves nem bombas, nunca se meteu em guerras de classes nem em sentimentos de nacionalismo militarista ou monárquico, rememorações do colonialismo ou estatalismo. Não, o Volk era um sentido de Povo enraizado na sua raça e tradição, e enfrentando todo o materialismo e todo o capitalismo, mas não só o capitalismo, também o Dinheiro em geral. Mais que anti-capitalismo era fundamentalmente anti-materialista, e por isso, anti-capitalista.
Por isso o Nacional-Socialismo não significa nacionalismo mais socialismo, mas um sentimento NOVO, diferente a ambos, Popular, enraizado na Terra, no Sangue e no Povo.
Se acusou o Volks de ser "idealista", é um sentimento não baseado em ideias ou leis económicas nem em soluções preconcebidas (como as cooperativas ou o sindicalismo que eram o centro da Falange ou do Fáscio). Não, para o Volk não importava se as soluções eram umas ou outras, o importante era o resultado para as gentes, para o ideal do Povo forte e alegre, beleza e justiça.
Todos nós sabemos que Hitler teve que afrontar-se com Strasser numa tentativa de golpe de estado dos "socialistas-nacionais" alemães. Strasser queria destruir o anterior e impôr uma mudança radical e sangrenta. Hitler não queria sangue nem violência, mas soluções populares. Não queria submeter o povo a traumas mas assumir a vida camponesa e tranquila de um povo feliz em seu socialismo humano.
No pós-guerra a maioria dos grupos Nacional Revolucionários regressaram aos movimentos "trabalhistas", que eram mais fáceis de seguir e menos problemáticos de aplicar e defender no ambiente de pós-guerra.
Recordemos sempre que nosso Socialismo é, sobretudo, para o Povo. Temos de acabar com os usurários, a finança, não para uma luta brutal mas para conseguir um Estado Popular, enraizado em sua tradição, sua ética simples...
Renovar todo esse estilo que o capitalismo fez esquecer

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